Professor boicotado na UFSC por ser conservador recebe moção de aplauso na Alesc

Com mais de 4 décadas dedicadas à pesquisa científica, o professor Sérgio Colle pretendia continuar lecionando após a aposentadoria, mas foi impedido de permanecer na universidade.

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A deputada Ana Campagnolo (líder bancada PSL) entregou, na última quarta-feira (18), uma moção de aplauso da Assembleia Legislativa ao professor e pesquisador de Engenharia Mecânica, Sérgio Colle, pelos relevantes serviços prestados à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), até sua aposentadoria aos 47 anos de atividade, pela sua contribuição à pesquisa científica e pela continuidade do seu trabalho com a adesão ao serviço voluntário de servidor aposentado.

Para a deputada Ana Campagnolo, a honra é do Parlamento catarinense em reconhecer o prestígio que professor conquistou ao longo de anos dedicados à educação. “Um professor com muitos méritos, que dedicou mais de 47 anos de sua vida à instrução acadêmica como educador e pesquisador, principalmente ao Departamento de Engenharia Mecânica da UFSC e mesmo depois de aposentado continuou prestigiando a universidade com seu trabalho voluntário", declarou.

O professor enfatizou que a moção de aplauso é uma honra e o reconhecimento da Casa Legislativa de Santa Catarina ao seu trabalho como professor e pesquisador. “Essa Casa representa, de certa maneira, a força e a vontade política do povo catarinense. Agradeço o empenho da aguerrida deputada Ana Campagnolo em providenciar essa homenagem. O departamento de Engenharia Mecânica aprovou o meu retorno ao meu trabalho, no final do ano passado, em dois colégios, embora o Colegiado do Centro Tecnológico, em janeiro, ignorando o meu plano de trabalho, reprovou o meu retorno, seguindo discurso populista e politiqueiro de uma minoria.”

SAIBA MAIS

O professor Sergio Colle, é graduado em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em 1970, com mestrado e doutorado na mesma área pela COPPE / UFRJ em 1972 e 1976, respectivamente. É consultor ad hoc do Programa de Capacitação Institucional - PCI, do Ministério da Ciência e Tecnologia e membro titular da Academia Nacional de Engenharia. É Professor Titular da UFSC desde 1976 e se aposentou recentemente, em janeiro de 2021.

Dos 4.000 bolsistas CNPQ do país, Colle está dentre os 54 com maior produtividade no país, sendo o único da UFSC na categoria PQ-SR (Produtividade em Pesquisa Sênior), que contempla líderes em seu campo de atuação que se mantiveram nos níveis 1A e 1B por no mínimo 15 anos.

Apesar da aposentadoria por idade, Sérgio pretendia continuar lecionando e trabalhando em pesquisas como voluntário. Seu pedido foi negado pela maioria do Colegiado do Centro Tecnológico da UFSC devido à sua posição política conservadora.

“Meu nome foi cancelado, como usam o termo temerário, conforme a declaração do próprio procurador geral da UFSC (…) É notório que sempre fui um conservador dentro da instituição no sentido que primo pela qualidade de ensino e pesquisa e me coloquei contra as cotas, obviamente, porque resultam em políticas eleitoreiras de governos que queriam gerar mais cabos eleitorais para seus candidatos ao cargo de presidente, como ocorreu”, explicou em entrevista ao jornalista Moacir Pereira.

Em uma nota publicada no site "UFSC à Esquerda", que apesar de se apropriar do nome da universidade pública pertence a um coletivo jornalístico esquerdista - como se autodenominam -, é possível observar claramente a justificativa ideológica para a rejeição da permanência do professor. Segue o trecho: "Enquanto pesquisador, Colle possui um currículo excelente, sendo referência internacional na área de energia solar e membro da Academia Nacional de Engenharia. Entretanto, a missão e os valores da UFSC não incluem apenas resultados de pesquisa científica". Pelo contrário: a missão teria como perspectiva a “construção de uma sociedade justa e democrática e na defesa da qualidade da vida”, insinuando assim que o laureado professor deveria ser banido de suas atividades, pouco importando as suas contribuições para o avanço da pesquisa científica no Brasil.

No twitter existe uma postagem em defesa de Sérgio que partiu da conta de um universitário do curso de direito da UFSC, identificado como Gabriel Cesar. O jovem se mostra indignado com a perseguição feita ao professor Cole. Em uma das postagens feita em 2020, ele diz: "Eis a lição. A Universidade 'Pública' sempre tem dono: a ideologia dominante. E como o Prof. Colle possui pensamento político autodeclarado conservador, já viu...Em junho/2019, seu carro foi depredado e seus pneus furados na UFSC. Motivo? Ele deu aula em vez de fazer greve".

O episódio também foi levado para a tribuna em um discurso feito pela deputada Ana Campagnolo em 2019 (link do vídeo). O professor gravou um vídeo na época indagando quem era o culpado pelo ocorrido. Desde então, Cole tem sido sucessivamente difamado e injuriado por grupos militantes, que o acusam sem provas de condutas que não condizem em nada com sua postura ética comprovada ao longo de todos os anos de serviços prestados ao desenvolvimento da verdadeira ciência em nosso país. 

Sobre

Ana é deputada estadual e única mulher conservadora no parlamento de Santa Catarina. Está em seu segundo mandato após ter sido reeleita em 2022 com 196.571 votos, maior votação na história do Estado. Nascida em Itajaí e graduada em História, exerceu o magistério na rede pública por quase 10 anos e hoje é mentora em grupos de estudo online como o Clube Antifeminista. Autora de 3 livros: "Feminismo - perversão e subversão", "Guia de bolso contra mentiras feministas" e "Ensino domiciliar na política e no direito".

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